quinta-feira, 22 de março de 2012

História do Museu Britânico




Criado na segunda metade do século XVIII tendo como acervo inicial o espólio do Sir Hans Sloane, o Museu Britânico é o primeiro museu público do mundo. Dentre os grandiosos museus ingleses, é o único que foi fundado simultaneamente a uma grande biblioteca, projeto semelhante ao magnífico museu de Alexandria, criado por Ptolomeu I, que era associado á mais valiosa biblioteca da antiguidade. Data da época em que a humanidade começava a reconhecer todas as potencialidades de um museu como instituição de educação geral e centro de pesquisas, muito mais que um repositório de raridades.
O Museu Britânico foi criado a partir da iniciativa do gênio do Sir Sloane, famoso médico nascido na Irlanda e presidente da Sociedade Real entre 1727 e 1740. Em seu testamento ele enumerou todos os itens de seu acervo pessoal e manifestou o desejo de oferecê-los à Coroa por 20 mil libras esterlinas, valor simbólico face ao conjunto. O que ele mais queria era que tudo aquilo permanecesse conservado e à disposição da humanidade. Sem questionar, o Parlamento não perdeu a oportunidade e uniu-se à Igreja para reunir os recursos financeiros necessários para adquirir a coleção e um local para abrigá-la, tanto esta como a biblioteca cottoniana - que já havia sido adquirida em 1700. A sede encontrada foi á casa de tijolos vermelhos, em Montagu House.
Todos os esforços do Parlamento inglês era para reforçar a idéia de que o museu concedia livre acesso às coleções. Mas a arquitetura do local onde elas estavam depositadas ainda dava um aspecto fechado, particular. Tudo ainda estava organizado como uma coleção privada. A coleção Sloane reunia mais de 69 mil itens, entre livros, manuscritos, medalhas, moedas, mapas, globos, desenhos, produtos naturais, artificiais e antiguidades. A partir do início do século XIX todo o acervo começou a ser reorganizado. A iniciativa fez com que diversas outras coleções fossem chegando, através de doações e aquisições. Paralelamente, o prédio também era aumentado e modificado. Com a reforma feita por Robert Smike entre 1823 e 1852, o prédio ganhava, de fato, uma forma de museu. Outra modificação importante foi a feita entre 1878 e 1886 quando as pinturas à óleo foram transferidas para outras galerias nacionais de quadros, assim como as coleções de história natural, que foram reunidas no novo Museu de História Natural, em Kensington, perto do Hyde Park.


Diferentemente da prática adotada em outras instituições da Europa, não havia pagamento de entrada ou cobrança por qualquer serviço prestado pelo Museu Britânico. Sempre foi muito forte, também, a relação museu-biblioteca, visando facilitar o trabalho de pesquisadores, estudiosos e, por que não, curiosos em geral, pois segundo a filosofia do museu, todas as artes e ciências apresentam conexão entre si.
Além de recursos disponibilizados pelo parlamento, o Museu Britânico sobrevivia graças à verbas provenientes do Fundo Nacional para Coleções de Arte, que recebia e administrava doações das generosas associações de amigos de museus e galerias. Muitas aquisições importantes foram feitas com dinheiro proveniente do Fundo. Outras doações foram substanciais para a sobrevivência desta importante instituição inglesa. Uma delas foi feita por Willian White, vizinho do museu, que deixou em testamento sua propriedade contígua para que fosse construída uma nova ala para a biblioteca do Museu Britânico. A biblioteca cresceria mais uma vez, em 1963, quando ganhou novo prédio. Conseqüentemente, o museu também se expande, passando a ocupar o antigo espaço dos livros. Foi mantido, porém, o cuidado de não separar biblioteca e museu, mantendo um "casamento" que deu certo, já dura mais de dois séculos.

FONTE: Areliquia

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